BdC tem o que é preciso? (Parte II)

02-09-2014 12:26

Na Parte I desta crónica afirmou-se que para responder à pergunta do título da mesma teria primeiro que se definir o que se entende por: "o que é preciso". E de facto, o que é preciso é tudo fazer para garantir que se atingem os desígnios para os quais o SCP foi criado - ser tão grande como os maiores da Europa.

Para saber então se terá o nosso Presidente Bruno de Carvalho o que é preciso para atingir este designio, teremos que nos propor a uma análise sob vários pontos de vista. 

Estes pontos de vista serão apresentados como se de colunas de um edificio se tratassem. Assim, uma das colunas terá sempre de ser "o apoio dos sócios e adeptos", pois é para estes que o BdC trabalha, antes de qualquer outro stakeholder, para usar uma expressão mais do agrado do actual dirigismo desportivo. 

Dizemos à partida "apoio" porque é isto que o BdC precisa ter dos mesmos para que possa executar o plano de acção que tenha definido para atingir a tal meta: ser tão grande como os maiores da Europa. 

BdC, quando apareceu para disputar a liderança no SCP, não foi levado a sério pela maioria da massa associativa e adeptos. Pelo menos não numa fase inicial. As suas primeiras entrevistas e aparições públicas vieram mexer com o status quo leonino - não era comum ouvir um candidato (pelo menos daqueles que conseguiam reunir apoio sério) apresentar-se com discursos de índole fracturante, na opinião de uns, populista e demagógica na opinão de outros. Muito sportinguista de cinco apelidos ficou meio perdido, quando pensava que ia sentir vergonha alheia ao ouvir BdC nos debates televisivos, constatou que afinal o "adepto-candidato" até apresentava as ideias bastante organizadas e tinha respostas bem preparadas. Não só respondia às perguntas que lhe eram feitas, como, e isto é muito importante para ser lider de opinião, colocava assuntos em cima da mesa que se tornavam eles mesmos os tópicos que todos os outros candidatos teriam que debater. Seja por falta de tema, estratégia ou subestima a BdC, o que é verdade é que BdC dominou o período de campanha. Tanto na sua primeira tentativa como, e muito marcadamente, na segunda e derradeira. 

Hoje ainda há muito sócio e adepto que se refugia em expressões como "gostando-se ou não do estilo" ou "até ver" ou ainda "está a convecer-me aos poucos". Na verdade, achamos nós (e estamos aqui para isso), estes estão entre aqueles que mais apoio dão a BdC. No fundo, utilizam estas expressões como forma de defesa, tão só isso. Não de defesa contra terceiros, mas de defesa contra si próprios - pois ainda lhes custa assumir para si mesmos que BdC mudou o paradigma no SCP. 

Esta questão da mudança de paradigma precisa de um tratamento à parte, que não cabe nesta crónica, mas fica a promessa de aprofundamento do tema (quem não aguentar a curiosidade, pesquise Thomas Kunh - e muita coisa ficará mais clara). Cabe aqui apenas sublinhar que BdC já alterou modos de actuação, processos e posturas no SCP, que por sua vez originaram resultados e percepcções. Sendo que estas últimas são a razão maior pelas quais as pessoas em geral formulam as suas opiniões. E a percepção generalizada é que o SCP está diferente e está melhor.

Assim, podemos dizer com uma certa margem de segurança que BdC aparenta ter uma das colunas do edificio já implantada. A coluna do apoio dos sócios e adeptos. Como coluna, sozinha não se aguentará muito tempo. Precisa, numa primeira fase, criar raízes para se solidificar. E é isso que ainda falta - as raízes. Estas demoram algum tempo, e isso não só é normal como é desejável, pois é assim que deve ser. Passo a passo, como o ano passado. 

(continua)